sábado, 1 de dezembro de 2007

Cirque de Soleil

A célebre companhia canadiana de novo circo está em Portugal até domingo com Delirium. Cabe lá quase tudo: artes acrobáticas, música, dança e inovações multimédia.

Um homem sobre andas vai pontuando o espectáculo com momentos cómicos. Uma contorcionista maximiza a flexibilidade do corpo. Aqui, não há movimentos impossíveis. O espectáculo de Lisboa tem 36 artistas: seis músicos, 12 bailarinos, seis cantores, nove acrobatas e três actores. A companhia tem quase quatro mil funcionários de 40 nacionalidades. Neste momento, há espectáculos em nove países. A acrobacia funde-se na cor, no ritmo dos corpos e nas técnicas audiovisuais. Faz-nos sentir pequenos perante a grandeza do universo, marionetas com vontade, e questiona-nos sobre a génese da vida humana e as suas transformações. Entram em cena personagens retiradas de um mundo psicadélico. Para a música não há fronteiras. Conhecido pela sua faceta multicultural, o Cirque du Soleil mistura os sons do mundo. Desejo é o nome da canção entoada em português que fez vibrar a plateia com o som entusiasta do samba brasileiro. E há um vulcão. Há vida no palco. A dança alia-se ao ritmo e o ritmo ao corpo. Dois bailarinos executam uma fusão de dança tribal e luta marcial, a Capoeira. A imaginação está suspensa no espaço e o mundo dá voltas. 49 mil pessoas vão ver, em Lisboa, este homem pendurado num balão, que procura quem é e de onde vem. Uma sereia voadora inebria-lhe os sentidos e a música ecoa pelo Pavilhão Atlântico, fascinando a audiência. Não há lógica. Essa pertence ao sonho. Há um sentido de equilíbrio em cada movimento do corpo. Cada músculo obedece a uma ordem prévia e não há espaço para a indecisão. Há um sentido de estética elaborado, uma coordenação imprescindível para que tudo resulte na perfeição. É um paralelismo à organização metódica do universo. Os astros alinham-se nas suas órbitas e os homens submetem-se a um entendimento recíproco.

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