domingo, 19 de dezembro de 2010

Disléxia do Individuo

A dislexia representa no momento actual um grave problema social na
medida em que constitui factor de perda de rendimento escolar com
todas as consequências que daí advêm. No mundo do trabalho ela é
responsável por errros laborais que podem conduzir a consequências
trágicas quer para o disléxico quer para aqueles que dependem do bom
resultado do seu trabalho. A dislexia, é em suma, um factor de
diminuição da utilidade social do indivíduo e que impede a sua plena
realização.
As terapêuticas clássicas ensaiadas para o tratamento da dislexia apresentam
resultados tão medíocres que muitos autores a consideram sem tratamento. A
dislexia tem sido recentemente ligada anatomicamente a excessos de tecido
neural a nível cerebral e também a migrações de certas células corticais. Estas
ligações procuram atribuir-lhe o carácter de doença cerebral orgânica e justificar
a sua resistência ao tratamento.
Não se nos afigura ser esse o melhor caminho interpretativo pelo simples facto
de, mesmo em lesões orgânicas, existir a possibilidade de recurso às funções
vicariantes do cérebro. Por outro lado, o aumento de incidência nas populações
escolares induz-nos a pensar seriamente num factor funcional tratável desde que
se conheçam as causas e dominem os processos terapêuticos.
A nossa experiência clínica tem vindo a reforçar a ideia de que estamos em
presença de uma disfunção perceptiva dependente de perturbações mais ou
menos graves do sistema proprioceptivo.
A análise da topografia electrofisiológica computorizada (TEC) mostra, nos
disléxicos, áreas cerebrais de microvoltagens excessivamente elevadas,
susceptíveis de serem alteradas pela posição do olhar que apontam no sentido de
estarmos em presença de um processo de características funcionais.
O tratamento consiste na correcção das perturbações proprioceptivas que em
nosso entender são a base em que assenta a disfunção disléxica.
Há dois processos que se completam :
1. Reprogramação Postural
2. Modificação da informação visual através de lentes prismáticas
de pequena potência
Este processo implica um conhecimento profundo do modo de
funcionamento do sistema proprioceptivo e o domínio das técnicas de
diagnóstico e de apreciação da resposta terapêutica.
Nota: Embora os exemplos clínicos apresentados nas páginas seguintes
se refiram a crianças, este tratamento é também válido para adultos