terça-feira, 6 de novembro de 2007

Stress é um factor decisivo no desenvolvimento de Alzheimer

Equipa liderada por dois portugueses descobre que stress favorece a doença de Alzheimer

Componente de tratamento médico pode prejudicar mais do que ajudar os pacientes da doença de Alzheimer.

Apesar de a experiência ainda só ter sido feita em animais, uma equipa de investigadores, liderada por dois cientistas portugueses, descobriu que o stress é um factor decisivo no desenvolvimento na doença de Alzheimer.



A investigação, que começou há dois anos e meio, ainda está a dar os primeiros passos, o que leva um dos investigadores portugueses envolvido a ser muito cauteloso quando se fala de confirmação clínica destes resultados.

Nuno Sousa, investigador de Universidade do Minho, explicou à Lusa que as alterações que conduzem a esta doença se devem ao mau processamento de uma porteína chamada beta-amilóide, responsável pela formação das chamadas placas amilóides que aparecem no cerébro dos doentes que sofrem de Alzheimer.


Resposta ao stress prejudicial


"Usando animais, fomos avaliar se a exposição ao stress induzia o processamento anómalo desta proteína. Submetemos animais a protocolos de stress crónico verificámos que havia esta relação", explicou o cientista. Depois foram adicionados mais dois estímulos no cérebro dos ratos: a injecção de glucocorticóides - cuja produção é a primeira resposta fisiológica ao stress - e de proteína beta-amilóide.



Verificou-se, assim, que havia um "efeito cumulativo" e que, de facto, "estímulos distintos caminham no sentido de aumentar esta proteína", o que demonstra que os glucocorticóides têm o mesmo efeito, confirmando o importante papel desempenhado pelo stress na doença.


Tanto "o stress" como "as hormonas de stress são indutivas do aparecimento de marcadores de Alzheimer".


Tratamento pode ajudar doença


Como o glucocorticóide (resposta fisiológica ao stress) é usado para tratar doentes de Alzheimer, esta substância pode estar a contribuir para a doença em vez de ajudar a combatê-la. A partir destas conclusões, a equipa está a orientar-se em duas direcções: prosseguir o estudo dos modelos animais e verificar que mecanismos estão na base das alterações; e fazer investigação clínica e ver os processos de envelhecimento, porque esta doença se enquadra numa perturbação que tem a ver com a idade.



Herpes com ligação a doença de Alzheimer




Uma pesquisa da Universidade de Manchester, no Reino Unido, sugere que o vírus do herpes pode estar a ligado à Doença de Alzheimer. Em testes laboratoriais os cientistas infectaram uma cultura de células cerebrais com o vírus do herpes, HSV -1, e confirmaram um aumento "surpreendente" da qualidade de proteína beta-amilóide, que está presente nos cérebros de paciente com Alzheimer.




Os cientistas conduziram ainda uma experiência em paralelo, examinando as partes dos cérebros de pacientes que morreram com a doença de Alzheimer, encontrando o material genético do vírus do herpes acumulado sobre as placas da proteína beta amilóide.Pesquisas efectuadas anteriormente já haviam indicado que o vírus HSV-1 estava presente nos cérebros de 70% de pacientes com Alzheimer."A Alzheimer é causada por vários factores e a nossa pesquisa indica que uma série de mutações genéticas e o vírus do herpes podem estar contribuindo para a doença. No futuro, as pessoas poderão ser imunizadas contra o vírus HSV-1, o que poderia ajudar na prevenção da doença degenerativa", refere Ruth Itzhaki, líder da pesquisa.

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